Pequim afirma se tratar apenas de um balão meteorológico, mas a guerra de narrativas coloca o mundo em alerta
Desde a última quinta-feira (2) vem sendo relatada a presença de um suposto balão espião chinês está sobrevoando o território dos Estados Unidos. O comportamento e trajeto do artefato está sob estreita vigilância do Departamento de Defesa, segundo se pronunciaram as autoridades americanas.
A revelação provocou uma nova onda de tensões entre Pequim e Washington, pouco antes da viagem do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, à China. De acordo com o departamento de defesa americano o objeto tem o tamanho aproximado de três ônibus e foi observado inicialmente se deslocando pelo norte do país e a uma altitude bem acima do tráfego aéreo comercial.
Embora a acusação do governo dos EUA seja de espionagem, as autoridades militares de alto escalão aconselharam o presidente dos EUA, Joe Biden, a não derrubá-lo por medo de que os destroços possam representar uma ameaça à segurança das pessoas no solo, disse o oficial de defesa, entretanto estão, supostamente, rastreando as habilidades que o balão pode ter para obter informações e continuamos monitorando o balão.
O trajeto percorrido pelo artefato parece dirigido, e não aleatório, uma vez que os primeiros relatos se deram no estado de Montana, onde 100 mísseis balísticos intercontinentais Minuteman III estão enterrados em silos na Base Aérea de Malmstrom.
Segundo as alegações americanas, outros incidentes semelhantes envolvendo supostos balões de vigilância chineses já ocorreram sobre o Havaí e Guam nos últimos anos.
Enquanto o governo chinês diz se tratar de um dirigível civil, o Pentágono contradisse o comunicado de Pequim dado mais cedo nesta sexta-feira (3/2) e voltou a afirmar nesta que o dirigível estaria espionando o território norte-americano.
Fato é que a guerra de versões escancara um momento de tensão entre as duas potências. No próximo fim de semana, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, desembarca na China, em uma tentativa de aliviar os ânimos. Segundo a imprensa americana, Blinken já resolveu adiar a visita que faria ao país asiático.
O chefe da diplomacia norte-americana realizaria reuniões no domingo (5/2) e na segunda-feira (6/2), para aprofundar o relacionamento bilateral e evitar que a competição entre as potências resulte em um conflito.