Nikolas Ferreira se perde no “personagem” de conservador e usa de desrespeito como forma de chamar atenção para si
O recém eleito deputado Nikolas Ferreira tem se utilizado de um mecanismo que considera testado e aprovado popularmente como sendo esta, infelizmente, sua única arma política: sua supostas “opiniões” controvertidas, para se dizer o mínimo infelizmente.
Desta vez resolveu ofender a modelo Thais Carla, de Minas Gerais, que publicou das redes, no último sábado (4), uma foto em que estava com o corpo pintado, caracterizada como a Globeleza.
Após a postagem, o deputado fez compartilhamento da imagem alegando que tinham ‘tirado a beleza e ficado só o globo’, em uma óbvia crítica ao peso da artista.
Após a repercussão o deputado gravou vídeo publicado em seu perfil de Twitter, e ao invés de se retratar pela falta de respeito apenas disse: “Eu deveria ter tratado a obesidade como romance, como empoderamento, e não como doença. Onde já se viu, [no] século 21 ter opinião própria, né?“, na gravação.
Não possuindo qualquer projeto de relevância para ser apresentado, Nikolas de vale da polêmica para continuar em evidência, a exemplo de seu ídolo, Jair Bolsonaro que enquanto deputado jamais teve apenas dois projeto aprovados em 26 anos de exercício de mandato.
Embora ele se utilize na maior parte do tempo da justificativa falsa de “liberdade de expressão”, ao que parece, falta ao seu repertório a compreensão de que há uma clara e indelével distinção entre opinião e desrespeito, ou atentado à imagem alheia.
Para alguém que se diz conservador em suas posições políticas, é realmente contraditório que lhe falte o básico do que o conservadorismo alega defender, ou seja, o respeito, pois na suas palavras sobre a modelo, nada foi debatido ou discutido, havendo apenas a clara e gratuita vontade de ofender alguém por uma característica.
Também não espanta o fato de ter escolhido como alvo uma mulher, afinal, ao que parece, as ofensas e discriminações às minorias e parcelas vulneráveis da população são a maneira mais “fácil” de obter aplausos do seu séquito herdado de seu mentor político Bolsonaro.
No caso do ex-presidente, hoje se percebe que a ausência de ações diretas sobre comportamentos inadequados, notadamente, para um parlamentar resultaram em um crescimento político baseado em uma pauta exclusivamente de eliminação de minorias, como ocorreu na Alemanha nazista.
É necessário debater até quando será tolerado comportamentos como os que tem apresentado nas redes sociais, e que agora tenta se revestir da imunidade parlamentar das opiniões para continuar a ultrapassar os limites do respeito, da dignidade da pessoa humana e dos valores, inclusive, cristãos, que tanto são alardeados pelos conservadores, mas que pouco vemos ser realmente defendidos por estes, que continua votando e elegendo pessoas como o deputado Nikolas Ferreira.
Este não é o primeiro incidente deste tipo envolvendo Nikolas. Ele já ofendeu publicamente transexuais e homossexuais, o que resultou em processos contra ele. Sua plataforma política é baseada na discriminação e na agressão a grupos vulneráveis, como transgêneros, homossexuais, pessoas com deficiência e obesos.
De acordo com a lei, Nikolas pode ser punido por seu comportamento discriminatório, incluindo a injúria racial. No caso da ofensa à moça obesa, em teoria, não há crime, mas sim ofensa, que pode resultar em processo civil e indenização por danos morais.
Além de ofender grupos vulneráveis, Nikolas também ataca o próprio país. Aproximadamente 12% da população adulta do Brasil se identifica como LGBT e cerca de 25% é obesa. Além disso, o Ministério da Saúde estima que o país tem mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência.
No Brasil, a justiça tem adotado um entendimento semelhante. Ao agredir reiteradamente estes grupos, Nikolas demonstra sua falta de respeito e sensibilidade para com a sociedade brasileira.