Vitalzinho rejeita investigação sobre compra de móveis de luxo do Palácio da Alvorada
Residência oficial gera embate entre os governos Lula e Bolsonaro.
Em um novo round da guerra de narrativas que mobiliza apoiadores do presidente Lula (PT) e de Jair Bolsonaro (PL), o mobiliário do Palácio da Alvorada se tornou fonte de trocas de acusações entre os dois lados.
Petistas acusam o antigo governo de “sumir” com móveis e ter deixado a residência oficial da Presidência em mau estado de conservação.
Em resposta, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro rebateu as acusações do governo, e bolsonaristas vêm criticando o gasto de quase R$ 200 mil de Lula com cama e outras peças para o Alvorada.
O paraibano Vital do Rêgo Filho, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), rejeitou o pedido protocolado por deputados da oposição.
O objetivo do pedido era para que a Corte investigasse a compra de móveis de luxo para prédios da Presidência da República durante a gestão Lula III.
No despacho, Vital alegou que os atos criminosos de 8 de janeiro justificam a ausência da licitação. Os 11 móveis para Alvorada custaram R$ 379 mil.
Relembre o caso
A controvérsia em torno dos móveis do Palácio começou já na primeira semana da gestão Lula, em janeiro.
Na ocasião, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, abriu pela primeira vez a residência presidencial após a saída de Bolsonaro e mostrou à GloboNews os problemas de conservação no local.
Nas cenas, foram exibidas infiltrações, janelas quebradas, danos em tapetes e sofás rasgados, entre outras avarias, e Janja afirmou que em alguns cômodos, como numa sala de estar, não havia móvel algum.
Três meses após o episódio, veio à tona que o governo federal gastou R$ 196.770 com apenas seis peças de móveis para a decoração da suíte presidencial do Alvorada.
Os itens mais caros foram o sofá, que tem um mecanismo para reclinar cabeça e pés, por R$ 65.140; e a cama, por R$ 42.230.
No mesmo dia em que dados sobre a compra foram tornados públicos, a Secretaria de Comunicação (Secom) divulgou que dos 261 móveis do Palácio da Alvorada dados como desaparecidos no início do ano, 83 ainda não haviam sido localizados (32%).
Porém, o alto preço dos móveis, considerados de luxo, entraram na mira da oposição e os Bolsonaristas passaram a criticar o governo e pedir explicações.