A decisão repercute no momento no qual se discute a interferência do ex-presidente na venda da refinaria da Bahia para o capital árabe, e o recebimento de joias milionárias. A Acelen vai permanecer seguindo o padrão de preços internacionais.
A “novela” das joias árabes ganha novos contornos desastrosos para a economia do país: A Acelen, empresa detentora da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), atual Refinaria Mataripe, anunciou que não obedecerá a nova política de preços da Petrobrás.
Na prática isto significa que ela se manderá seguindo os critérios que levam em consideração variáveis como custo do petróleo, dólar e frete, em consonância com as práticas internacionais de mercado.
E o que a Acelen teria haver com o ex-presidente Jair Bolsonaro, as famosas Joias apreendidas no aeroporto e os Árabes?
É isto que o Ministério Público pretende descobrir.
A nova direção da Petrobras pretende abrir investigação interna para apurar possível relação entre a venda da refinaria da Bahia, ao fundo árabe Mubadala.
Existem indícios que supostamente conectam as joias dadas de presente pelo governo da Arábia Saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro, informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
“A intenção do novo comando da Petrobras de apurar o caso da venda da Rlam vai ao encontro de demanda da FUP, que, na semana passada, encaminhou denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) para que investigue possível favorecimento ao Mubadala em troca de diamantes”, destaca o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Ainda segundo a entidade, a Rlam foi adquirida pela Acelen, braço do fundo árabe Mubadala por US$ 1,8 bilhão. Na avaliação do Instituto de Estudos Estratégicos de Energia, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), o preço ficou 50% abaixo do estimado e para o BTG Pactual o valor foi 30% menor do que o esperado.
Bacelar afirma que, além do baixo preço, há elementos que justificam a abertura de apuração interna da Petrobras e do MPF, como a proximidade das datas do recebimento do presente (26 de outubro de 2021) e a venda da refinaria subavaliada (negócio anunciado no dia 30 de novembro de 2021).