A decisão do Primeiro Ministro ocorreu após derrota de seu partido nas eleições regionais ocorridas neste domingo
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanches, surpreendeu a Europa e o mundo com a medida adotada nesta segunda-feira, 29. Anunciou que vai dissolver o Parlamento do país e convocar novas eleições. A decisão ocorreu após derrota de seu partido nas eleições regionais ocorridas neste domingo, 28.
Em discurso, o premiê disse que decidiu convocar novas eleições para que “o povo espanhol tome a palavra para decidir o rumo político do país“.
Sanchez reconheceu sua responsabilidade na derrota do seu partido. “Assumo em primeira pessoa esses resultados e acredito ser importante submeter nosso mandato democrático à vontade popular“, declarou.
Na prática isto significa que as cortes espanholas serão dissolvidas a partir de terça-feira, 29. O rei da Espanha, Felipe VI, já foi comunicado da decisão.
É necessário ressaltar que as próximas eleições legislativas nacionais ocorreriam em seis meses.
O partido Partido Socialista, do qual o primeiro ministro é membro, sofreu uma retumbante derrota frente ao Partido Popular (PP, direita), liderado por Alberto Núñez Feijóo, que havia feito destas eleições um plebiscito sobre Pedro Sánchez, conseguiu um de seus principais objetivos e se tornou o partido mais votado nas eleições municipais.
No mapa eleitoral da Espanha, os socialistas perderam a prefeitura de Sevilha, maior cidade da Andaluzia (sul) e um de seus redutos, em benefício do PP, segundo o canal público TVE.
O partido também fracassou em sua tentativa de recuperar a prefeitura de Barcelona, grande metrópole da Catalunha, que ocuparam de 1979 a 2011, embora possam tentar um acordo com outros partidos de esquerda para governar em coalizão.
Em um dia sem maiores incidentes, os espanhóis renovaram todos os municípios do país e 12 das 17 comunidades autônomas (regiões).
Pedro Sánchez comanda a Espanha desde 2019, depois de eleições também convocadas antes da hora.
Quarta maior economia da União Europeia, a Espanha vem enfrentando desafios por conta da inflação alta, mas há também uma insatisfação de parte da população com as políticas de Sánchez, que governa em uma aliança com o Podemos, de extrema esquerda.
“Vimos ontem uma ‘onda reacionária’ que já sabemos no que vai dar: um retrocesso a direitos fundamentais, da luta feminista e contra a emergência climática, na garantira ao direito à habitação“, disse a secretária-geral do Podemos, Ione Belarra.