A verdade por trás da nova ‘onda separatista’ de Eduardo Leite e Zema pode ser a reforma tributária e a melhor distribuição do ‘bolo’ dos recursos federais
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou na sexta-feira (4) uma frente para “protagonismo” das regiões Sul e Sudeste. A declaração dividiu o país, com políticos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste criticando Zema e governadores das três regiões se reunindo para discutir uma resposta.
Zema afirmou que as regiões Sul e Sudeste representam 70% da economia brasileira e que não recebem o mesmo retorno quando o assunto envolve benefícios financeiros e políticos. Ele também comparou o processo a “dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixar de lado as que estão produzindo muito”.
A declaração de Zema foi criticada por políticos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), afirmou que Zema cometeu equívocos e foi “infeliz” nas declarações. O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), disse que Zema é o “maior inimigo da federação brasileira”.
Aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o líder do Consórcio Nordeste vinculou as declarações de Zema às eleições do ano passado, ao dizer que a fala é um “resquício” da derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Ele apoiou um candidato que foi derrotado e talvez não tenha entendido que o processo passou e que estamos em um novo momento neste país.“
Governadores e outros líderes políticos avaliam que a fala de Zema tem uma explicação clara no curto prazo: as disputas em torno da reforma tributária. O tema dividiu os Estados em dois blocos. De um lado, governadores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com maioria no Senado, que se sentiram prejudicados com o texto aprovado pelos deputados federais. De outro, Sul e Sudeste, com maioria na Câmara.