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Comissão aprova projeto que proíbe o casamento homoafetivo

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Texto ainda precisa ser analisado por outras comissões da Câmara e pelo Senado

A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou um projeto que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Esse projeto, apresentado ao PL 580/07 e textos apensados, recebeu o parecer do deputado Pastor Eurico, do PL de Pernambuco, que suscitou considerável debate. O parecer obteve 12 votos a favor e cinco contrários, um reflexo da divisão de opiniões sobre o assunto.

Essa proposta enfrenta uma realidade jurídica que difere de sua intenção. Desde 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união entre casais do mesmo sexo como uma entidade familiar. No entanto, o deputado Pastor Eurico argumenta que o Poder Legislativo, não o STF, deve ser a autoridade que decide sobre essa questão.

Recentemente, Eurico apresentou uma complementação ao seu parecer, incluindo novos pontos. O texto mantém a proibição da união homoafetiva e insta a Justiça a interpretar o casamento e a união estável de forma estrita, excluindo quaisquer “extensões analógicas”. Isso significa que, na interpretação do projeto, essas formas de união se limitariam a casais formados por homem e mulher.

O texto também estipula que o Estado e a legislação civil não podem interferir nos critérios e requisitos do casamento religioso. Qualquer interferência ou violação às normas das instituições religiosas é proibida. O relator justifica essa medida como uma forma de proteger as instituições e ministros religiosos.

O deputado Pastor Eurico invocou passagens bíblicas para sustentar seu ponto de vista, argumentando que culturas antigas consideravam a homossexualidade repreensível. Além disso, ele afirmou que o casamento tem a finalidade da procriação e que as relações homossexuais não atendem a esse critério. Portanto, ele considera que estender o regime de casamento aos homossexuais é uma tentativa infrutífera de alterar a realidade por meio de leis.

Por fim, o relator criticou a decisão de remover a homossexualidade da lista de transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria em 1973, chamando-a de “lamentável desfecho” que resultou da predominância da militância político-ideológica sobre a ciência.

Esse projeto continuará sua jornada legislativa, passando pelas comissões de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial e pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados. Se aprovado, será encaminhado ao Senado, onde a discussão sobre essa questão complexa deve prosseguir.

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