O Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, faleceu nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025, aos 88 anos, na Casa Santa Marta, sua residência no Vaticano. A causa da morte foi um acidente vascular cerebral (AVC) fulminante, agravado por insuficiência cardíaca e um histórico de complicações respiratórias, incluindo pneumonia bilateral, bronquiectasias múltiplas, hipertensão e diabetes tipo 2 .
Primeiro pontífice latino-americano e jesuíta da história, Francisco assumiu o papado em 2013, após a renúncia de Bento XVI. Desde então, tornou-se uma das figuras mais influentes do século XXI, reconhecido por sua liderança humilde, proximidade com os pobres e compromisso com reformas profundas na Igreja Católica.
Francisco será lembrado por sua postura firme em defesa da justiça social. Em 2007, ainda como cardeal, declarou: “Vivemos na região mais desigual do mundo, a que mais cresceu e a que menos reduziu a miséria. A distribuição injusta de bens persiste, criando uma situação de pecado social que grita aos céus e limita as possibilidades de vida mais plena para muitos de nossos irmãos” . Durante seu pontificado, destacou-se por iniciativas como a visita a favelas, o apoio a migrantes e refugiados, e a denúncia das desigualdades econômicas globais.
O Papa também foi um defensor fervoroso do meio ambiente. Em 2015, lançou a encíclica Laudato si’, um apelo urgente por uma “ecologia integral” e pela responsabilidade coletiva diante da crise climática. Em 2019, durante um congresso no Vaticano com líderes do setor energético, declarou que o mundo enfrentava uma emergência climática e que era necessário agir para evitar que as gerações futuras sofressem as consequências do aquecimento global .
Internamente, Francisco promoveu reformas significativas na estrutura e na cultura da Igreja. Ampliou o papel dos leigos, incentivou a participação das mulheres em cargos de liderança e buscou maior inclusão de pessoas LGBTQ+. Em março de 2025, mesmo hospitalizado, aprovou um novo processo de três anos para considerar reformas na Igreja Católica global, ampliando o trabalho do Sínodo dos Bispos .
A notícia de sua morte foi confirmada pelo cardeal Kevin Farrell, que assumirá temporariamente a administração do Vaticano até a realização do próximo conclave. Líderes religiosos e políticos de todo o mundo expressaram pesar pela perda. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou a “humanidade e coragem” do Papa, enquanto o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, afirmou que Francisco “deixou um testemunho de fé viva e compromisso com os mais vulneráveis”.
O funeral será realizado na Basílica de São Pedro, com data a ser anunciada. Milhares de fiéis já se reúnem na Praça de São Pedro para prestar homenagens. O mundo despede-se de um líder que, com simplicidade e firmeza, transformou a forma como o papado é compreendido e vivido.
