A deputada federal eleita e integrante do governo de transição, Marina Silva, disse nesta quinta-feira (10) que sugeriu a um representante dos EUA na COP 27 que o país contribua com verba para o Fundo Amazônia. Paralisado no governo Bolsonaro, o fundo tem R$ 1,9 bilhão para investimento em ações de preservação ambiental (entenda mais abaixo).
Após uma conversa com John Kerry, enviado especial do governo americano sobre o Clima, Marina afirmou que “os EUA estão ávidos em ter uma parceria cada vez mais forte na proteção das florestas”.
A representante do governo Lula na conferência explicou que sugeriu a participação dos EUA e não teve uma resposta definitiva, mas ouviu uma boa sinalização do representante de Biden.
“A sinalização de que é importante aprofundar a cooperação, de que os EUA estão ávidos em ter uma parceria cada vez mais forte na proteção das florestas, com um esforço ainda maior, para que a gente busque alternativas que viabilizem o desenvolvimento econômico e social para os mais de 25 milhões de amazônidas é muito positivo.”
A ex-ministra do meio ambiente chegou nesta quinta-feira ao Egito junto com Sônia Guajajara, ex-coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), e Célia Xakriabá, liderança indígena de Minas Gerais.
Desistência em 2019
Marina também relembrou a desistência do governo brasileiro em sediar a Conferência do Clima em 2019. Na época, o Itamaraty enviou uma nota ao g1 alegando que as restrições orçamentárias e transição de governo foram os motivos para abrir mão de sediar a COP 25. A deputada ressaltou que quando foi senadora da república, entre 2008 e 2011, o país sediou a COP 8, que teve como foco a biodiversidade. Até agora, Lula ainda não comentou sobre a questão e nem manifestou diretamente o desejo de sediar o evento no futuro, mas Marina alega que há interesse.