O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou nesta quarta-feira o prédio da Polícia Federal em Brasília para ser internado em um hospital particular da capital, onde passará por uma cirurgia de hérnia inguinal bilateral. A saída ocorre sob rígidas regras impostas pelo Supremo Tribunal Federal, que tratou todo o deslocamento como operação sigilosa e altamente controlada, com forte presença da Polícia Federal antes, durante e depois da internação.
Segundo laudo médico produzido pela própria Polícia Federal, o quadro de Bolsonaro exige intervenção cirúrgica, já que a hérnia atinge os dois lados da região da virilha. Essa será a oitava cirurgia desde o atentado a faca em 2018, o que reforça a necessidade de acompanhamento constante. O transporte até o hospital foi realizado em comboio de veículos da PF, e o desembarque ocorreu diretamente na garagem, longe do acesso do público e da imprensa, como determinou o ministro do STF responsável pelo caso.
No hospital, as medidas de segurança e de restrição são ainda mais rigorosas. A Polícia Federal deverá manter equipes internas e externas, com ao menos dois agentes fixos na porta do quarto, garantindo fiscalização 24 horas por dia. O uso de celulares, computadores e quaisquer dispositivos eletrônicos no leito foi vetado, cabendo à PF fazer cumprir a ordem. Apenas a ex-primeira-dama foi autorizada como acompanhante, enquanto outras visitas, inclusive de familiares próximos, dependem de autorização prévia do Supremo.
Do lado de fora, a movimentação foi discreta. Não houve concentração expressiva de apoiadores, e apenas poucas pessoas se posicionaram em frente ao hospital, algumas em oração. A militância digital, que em outros momentos se mobilizou de forma intensa, praticamente não marcou presença física nesse deslocamento. A internação e a operação, previstas para ocorrer com máximo controle institucional, evidenciam que mesmo um procedimento médico passou a ser tratado sob a lógica de segurança de um preso de alta repercussão.

