Atualmente, o termo “Black Friday” é utilizado para se referir a um dia em que os lojistas realizam uma série de promoções para atrair compradores. Essa ação promocional se consolidou nos Estados Unidos, acontecendo na sexta-feira após o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving Day), e é considerada o momento que inicia as vendas de Natal, virando sinônimo de produtos a preços absurdamente acessíveis. O sucesso da ação para os lojistas chamou a atenção em outros locais do mundo e se espalhou para os países vizinhos, como Canadá e México.
No Brasil, entretanto, a adoção da estratégia de vendas batizada de “Black Friday”, que prometia as mesmas vantagens oferecidas em outros países, mostrou-se como fraudulenta em algumas situações, uma vez que muitas lojas ofereciam falsos descontos, o que fez a ação promocional virar alvo de críticas e piadas nacionalmente. De toda forma, a data se consolidou como um momento de compras para os consumidores brasileiros e, em 2019, por exemplo, os lojistas registraram um faturamento de R$ 3,2 bilhões de reais em razão das promoções.
Mas qual a origem do termo “black friday”?
Não se sabe ao certo onde surgiu o termo black friday e porque ele foi utilizado para se referir ao dia de promoções que acontece após o Dia de Ação de Graças. No entanto, existem algumas teorias que tratam da origem do termo e de sua possível associação com a liquidação de produtos na sexta-feira depois do Dia de Ação de Graças.
A primeira teoria remonta a um acontecimento do século XIX. No ano de 1869, dois investidores norte-americanos resolveram criar um esquema ilegal para controlar o mercado de ouro nos Estados Unidos. O objetivo era fazer o preço do ouro na Bolsa de Valores disparar para que eles pudessem enriquecer. O plano acabou não dando certo porque o presidente Ulysses S. Grant interveio na situação e ordenou que o governo norte-americano vendesse o ouro estocado nos cofres públicos. O resultado dessa ação foi que o preço do ouro caiu drasticamente no dia 24 de setembro de 1869 e esse dia ficou conhecido como black friday ou “sexta-feira negra”.
Outra hipótese a respeito da origem do termo fala de uma revista norte-americana chamada Factory Management and Maintenance, que, na década de 1950, relatou que um grande número de pessoas ficavam “doentes” na sexta-feira após o Dia de Ação de Graças. A revista fez uma comparação que associava as pessoas com o “mal da sexta-feira após o Dia de Ação de Graças” com a peste bubônica. Essa comparação em inglês era parte de um jogo de palavras e, assim, a black death (surto de peste bubônica do século XIV) se tornava a black friday.
Por fim, a terceira teoria trata a respeito da frustração dos policiais da Filadélfia que trabalhavam na sexta após o feriado do Dia de Ação de Graças. Nesse cenário, os policiais ficavam insatisfeitos com a quantidade de pessoas nas ruas durante a sexta após o feriado e começaram a chamar o dia de “Black Friday”.
Em todas as hipóteses percebe-se que o termo é associado não a situações positivas, como vantagens promocionais, mas de situações tensas e negativas. Por esta razão muitas redes varejistas tem optado por adaptar a nomenclatura e utilizar outras palavras como “Good Friday” ou “Free Friday” para se referirem as datas promocionais, desestimulando o racismo estrutural inicialmente relacionado ao termo.