O recente acidente envolvendo um Cadillac durante a gravação de um especial de fim de ano em Gramado chama atenção para um ponto muitas vezes ignorado pelo público: a segurança nas produções televisivas. Enquanto o foco costuma ficar nas imagens bonitas e na emoção do show, há toda uma estrutura de risco em torno de cenas com veículos, cenários complexos e longas madrugadas de trabalho.
De acordo com a nota da emissora, houve falha no freio do Cadillac conduzido pelo cantor, que acabou atingindo três carros da equipe. Ele e outras três pessoas foram levados ao hospital, realizaram exames e foram liberados. O fato de ninguém ter se ferido gravemente é um alívio, mas não pode ser visto apenas como um susto. É um alerta claro sobre a necessidade de protocolos rígidos sempre que se misturam artista, veículo e cena controlada.
As grandes produções de fim de ano movimentam equipes numerosas, prazos apertados e muita pressão por perfeição. Nesse contexto, qualquer descuido técnico ou excesso de confiança pode ter consequências sérias. A indústria do entretenimento precisa tratar segurança como prioridade absoluta, e não como detalhe de bastidor. Testes extras, manutenção reforçada e presença constante de profissionais especializados em risco não são luxo, são obrigação.
Mesmo com agenda cheia de shows gratuitos e apresentações em grandes arenas neste mês, a continuidade da programação não deve se sobrepor à avaliação cuidadosa das condições de trabalho. O público quer ver o ídolo no palco, saudável e seguro, não em situações que possam colocar sua integridade em jogo. O episódio em Gramado reforça que, por trás de cada cena bonita na TV, deve existir um compromisso real com a vida de todos os envolvidos.

