Um ataque a tiros contra uma celebração judaica de Hanukkah na famosa praia de Bondi, em Sydney, deixou ao menos doze mortos e vários feridos, em uma cena de pânico que chocou a Austrália e o mundo. A polícia local classificou o episódio como ato terrorista e rapidamente passou a tratar o caso como fruto de violência motivada por ódio, com foco claro na comunidade judaica.
Segundo as autoridades de Nova Gales do Sul, dois homens armados abriram fogo contra participantes do evento religioso. Um deles foi morto pela polícia, o outro foi detido em estado grave. Em um carro ligado ao atirador morto foram encontrados explosivos improvisados, o que indica planejamento cuidadoso e intenção de causar um massacre ainda maior. Não se trata de um incidente isolado, e sim de mais um capítulo de uma escalada global de ataques contra judeus.
Ao afirmar que o atentado foi um ato de antissemitismo cruel que atingiu o coração da nação, o governo australiano toca em um ponto essencial. Quando se ataca judeus em um espaço público, em plena celebração religiosa, ataca-se também a ideia de convivência pacífica e de liberdade de culto. A resposta firme, chamando o episódio de terrorismo e rejeitando qualquer tolerância com o ódio, é não só correta, mas indispensável para conter a normalização desse tipo de violência.
O discurso de unidade nacional não pode ficar apenas nas palavras. Casos assim mostram a urgência de reforçar a proteção de comunidades religiosas, melhorar a inteligência contra grupos extremistas e combater, de forma direta, discursos que demonizam judeus e outras minorias. Ignorar a raiz antissemita desses atentados é abrir espaço para novos ataques. A Austrália, ao encarar o episódio como terrorismo antissemita, dá um passo necessário e que precisa ser seguido por outras democracias.

