Durante o curso das audiências de custódia dos terroristas que atuaram no último dia 8 de janeiro em Brasília as queixas surpreendem os juízes: “Não tem wi-fi”
Desde os ataques terroristas ocorridos dia 8 de janeiro, com a posterior prisão de mais de 300 radicais Bolsonaristas em flagrante delito, mais de 1.000 presos no dia seguinte na desocupação do QG instalado em frente do quartel-general do Exército destacados para conduzir as audiências de custódia têm enfrentado situações insólitas no tipo de reclamações ouvidas por parte dos presos ao juízo, tais como o fato da cadeia não disponibilizar wi-fi.
Outras queixas tem sido sobre a suposta falta de conforto das celas, qualidade baixa da alimentação e até mesmo não ter acesso à água gelada para beber.
Um deles reclamou que, desde que havia sido detido, não tinha tido as condições necessárias para limpar suas lentes de contato. O magistrado autorizou que o advogado levasse o produto adequado para a higienização.
Uma queixa praticamente unanime ouvida nas audiências se trata, pasmem, sobre o fato de a prisão ter ocorrido sem que os presos “concordassem”, ou seja, contra a vontade. Para esta alegação, infelizmente foi necessário que designado informasse algo que deveria ser óbvio: “Não sei se o senhor sabe, mas é assim que a prisão funciona“.
Até domingo (15), já tinham sido ouvidas 1.248 pessoas pelos juízes federais do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) e estaduais do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios). O trabalho é coordenado pela Corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Pela quantidade de presos, advogados têm ficado de prontidão para conseguir clientes. Em média, oferecem uma audiência por R$ 1.000.
O mutirão se iniciou na quarta-feira (11). O trabalho será encaminhado ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, que pode manter as prisões, soltá-los ou, ainda, declinar a competência, caso a caso.