O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), indicou que pretende resolver ainda neste ano a votação sobre a cassação do mandato do deputado Alexandre Ramagem, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro. O pedido do PL para adiar a decisão não deve ser atendido, segundo Motta, que sinalizou em declarações recentes o desejo de concluir o processo antes do recesso parlamentar. A questão envolve uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou Ramagem por participação em uma trama golpista.
O processo de cassação ocorre após o STF determinar que a Câmara deveria declarar a perda do mandato do parlamentar bolsonarista, após comprovação de sua atuação em atos contra a ordem democrática. O pedido do PL, partido de Ramagem, buscava postergar a análise para o próximo ano, mas o presidente da Câmara pretende avançar rapidamente no caso. A cassação é uma medida prevista para deputados que tenham violado deveres legais, como ocorrido no caso de Ramagem.
Além da pressão partidária, houve uma movimentação do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, para tentar adiar a votação durante reunião com líderes partidários. No entanto, o presidente da Casa ressaltou que o objetivo é dar uma resposta clara para a sociedade antes do desligamento das atividades parlamentares previsto para o final de 2025. O tema tem repercussão política nacional, dada a ligação de Ramagem com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com a definição próxima, a Câmara deverá seguir as determinações do STF para declarar oficialmente a cassação do mandato, o que abre espaço para ocupação da vaga por outro representante. O episódio reforça o papel do legislativo em fiscalizar e manter a legalidade entre seus membros. O desfecho do caso terá impacto no cenário político e poderá influenciar o ambiente partidário nas próximas eleições.

