Com marco fiscal parado e indefinição por cargos em ministérios, deputados podem atrasar apreciação da MP do novo programa
Líderes do Centrão estão irritados com a demora de Lula para definir quais ministérios serão cedidos ao PP e ao Republicanos. Eles ameaçam atrasar a apreciação da MP que criará o Novo PAC, que poderá impulsionar até 14 mil obras paradas em todo o Brasil.
O Novo PAC será lançado em 11 de agosto, em cerimônia no Rio de Janeiro. A expectativa era que o marco fiscal já estivesse liquidado na Câmara até essa data, mas o Centrão condiciona a votação das alterações feitas no Senado à minirreforma na Esplanada dos Ministérios. Os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) aguardam a definição de Lula para saber em qual sala vão colocar as suas coisas.
Enquanto isso, Lula mantém sua posição de definir as pastas somente após a votação do marco fiscal. O problema é que a Casa Civil estuda redirecionar os recursos de emendas parlamentares para bancar o Novo PAC, o que traria insatisfação ainda maior de Arthur Lira (PP-AL) e seus colegas.
Para aumentar a pressão sobre o presidente, o Centrão cogita atrasar a instalação da comissão que analisará o texto do programa. MPs têm vigência de até 120 dias, tempo suficiente para que mais coisas sejam exigidas pelos partidos.
O impasse entre o governo e o Centrão pode ter consequências negativas para o Novo PAC. Se a MP não for apreciada em tempo hábil, obras que poderiam ser impulsionadas pelo programa ficarão em atraso. Além disso, a falta de definição sobre os ministérios pode gerar instabilidade no governo e dificultar a implementação do programa.