Novo estudo sugere que o núcleo da Terra pode estar girando na direção oposta à da superfície
As redes foram inundadas nas últimas horas com a notícia de recente estudo publicado que sugere que o núcleo da Terra poderia ter sofrido “desaceleração”. O mais “alarmistas” interpretaram a notícia como sendo um prenúncio do “Fim dos Tempos”, ou, que o planeta estaria “parando de girar”. Mas calma! Não é bem assim…
O núcleo da Terra é um dos componentes mais fascinantes e misteriosos do nosso planeta. É uma esfera de ferro e níquel com um raio de 1.221 km, rodeada por uma espessa camada de metais líquidos conhecida como núcleo externo. A temperatura interna é de aproximadamente 5.400°C, próxima da do Sol.
Há décadas, cientistas tentam entender exatamente como o núcleo gira e como isso pode afetar a superfície. Uma pesquisa recente publicada na revista Nature Geoscience sugere que o núcleo do planeta pode ter desacelerado e até mesmo estar girando na direção oposta à da superfície. Isso poderia influenciar a velocidade de rotação da Terra, causar pequenas mudanças na duração dos dias e alterar o comportamento magnético.
Os autores do estudo, Song Xiaodong e Yang Yi, da Universidade de Pequim, analisaram as vibrações de diferentes terremotos nas últimas seis décadas. Eles descobriram evidências contundentes de que o núcleo interno gira como um balanço de parquinho infantil, mas em ciclos de sete décadas, com mudanças no sentido da rotação a cada 35 anos, em média. Eles sugerem que a última vez que houve uma mudança de direção foi no início da década de 1970 e a próxima deverá ocorrer em meados da década de 2040.
Ou seja, isso não seria um fenômeno novo.
Os pesquisadores disseram que essa rotação coincide aproximadamente com as mudanças na duração do dia, que são pequenas variações no tempo exato que a Terra leva para girar ao redor de seu eixo.
É importante notar que esta teoria ainda precisa ser comprovada por meio de mais estudos e pesquisas. Além disso, até agora não há muitas evidências sobre a influência do comportamento do núcleo na superfície, embora os pesquisadores acreditem que existam vínculos físicos entre todas as camadas da Terra.
Apesar de ser difícil estudar o núcleo com precisão, já que ele fica a mais de 5 mil km abaixo de nossos pés, os avanços tecnológicos e a análise de ondas sísmicas geradas por terremotos e explosões nucleares têm permitido aos cientistas obter um melhor entendimento deste componente importante do nosso planeta.