A recente movimentação de Efraim Filho, presidente do União Brasil na Paraíba, em busca de uma composição política com Pedro Cunha Lima para as eleições de 2026, levanta diversos questionamentos sobre a eficácia e os reais interesses dessa aliança. Em entrevista, Efraim afirmou ter “feito seu dever de casa” na construção de um campo político importante na direita paraibana, capitalizando sobre a votação que este segmento teve nas eleições de 2022. A proposta de aliança está equivocada, especialmente ao considerar que Pedro Cunha Lima já rejeitou algumas das agendas que Efraim representa. A histórica de tentativas não bem sucedidas de Cunha Lima na política já deveria servir como um sinal de alerta para a nova chapa.
O apelo à união em prol da direita parece mais um ato de desespero do que uma estratégia bem fundamentada. Efraim, ao afirmar que a união é uma evolução moderada dentro da política, ignora a instabilidade e a falta de coesão que permeiam a direita paraibana. A ideia de que sua combinação de forças com um político que há pouco tempo estava em desacordo com o próprio grupo pode ser a solução para vencer em 2026 é, no mínimo, uma superestimação das capacidades desses representantes. E onde fica a coerência política quando se tenta unir vozes que há pouco tempo estavam discordando?
Mais preocupante ainda é a confiança de Efraim de que o sucesso passado de Pedro ao levá-lo ao segundo turno em 2022 é um indicativo de que essa aliança é promissora. Na verdade, o que isso reflete é a fragmentação de um eleitorado que ainda busca uma alternativa viável à política tradicional. As bases que sustentam essas promessas de vitória são precárias e, a cada dia, fica mais claro que a população anseia por um discurso renovador, que ao invés de mesclar interesses de figuras questionáveis da política atual, traga novos representantes que realmente possam trazer mudanças efetivas.
A confiança de Efraim não se limita apenas a Cunha Lima, mas se estende a seu próprio histórico político. Ele se vangloria de derrotar governos, mas isso por si só não garante uma vitória no contexto atual. Está claro que a política terrestre exige mais do que vitórias passadas; ela precisa de um projeto sólido, de propostas concretas que atenda às demandas dos eleitores, algo que até o momento, Efraim não ofereceu. O caminho que ele está trilhando em direção às eleições de 2026 parece, assim, mais um retorno a práticas políticas ultrapassadas do que uma verdadeira estratégia inovadora. E enquanto Efraim e Pedro sonham juntos com um futuro eleitoral, a realidade parece ir em direção oposta.

