Mais um capítulo controverso na atuação do empresário Elon Musk na condução da rede social Twitter desde que concluiu sua compra, em 27 de outubro de 2022. Após demissões em massa, venda de recursos importantes da ferramenta e as denúncias de assédio laboral que incluem jornadas de trabalho de mais de 12 horas, agora o excêntrico CEO resolveu declarar guerra contra, nada mais nada menos, que a gigante Apple.
Entenda a situação – O bilionário atacou a fabricante do iPhone com uma enxurrada de tuítes nesta segunda-feira (dia 28), dizendo que a empresa praticamente cortou toda a sua publicidade no Twitter e ameaçou derrubar a rede social da loja de aplicativos da Apple.
“A Apple praticamente parou de anunciar no Twitter. Eles odeiam a liberdade de expressão na América? O que está acontecendo aqui, Tim Cook?”
“A Apple também ameaçou retirar o Twitter de sua App Store, mas não nos disse o motivo”, afirmou em outra publicação. “
Após assumir a companhia, Musk promoveu uma enquete no Twitter para que os usuários votassem sobre a liberação da conta do ex-presidente Trump, rendendo muita mídia e atenção para as suas ações. Usando da mesma estratégia, e desta vez tendo como alvo a imagem da empresa Apple, também publicou uma enquete questionando os seguidores se a Apple deve ou não divulgar os casos de censura aos seus clientes.
“A Apple deve publicar todas as medidas de censura tomadas que afetam seus clientes?”. Até as 12h30 desta 3ª feira (29.nov.2022), a enquete tinha 2.132.271 votos. 84.8% para “Sim” e 15.2% para “Não”.
Trata-se de um jogo bastante perigoso este adotado pelo empresário, uma vez que ao mirar na Apple está desafiando uma empresa que é vital para o sustento do Twitter, já que a fabricante do iPhone era um dos principais anunciantes da rede social e tinha toda uma equipe de funcionários dedicada a manter o relacionamento, segundo especialistas. Além disto, ela oferece também uma porta de entrada essencial para os usuários do Twitter: a App Store. Se a empresa de Musk perder o acesso ao App Store, ela será cortada de mais de 1,5 bilhão de dispositivos móveis em todo o mundo.
Embora a Apple não tenha se pronunciado oficialmente sobre as provocações do empresário nas redes sociais, Lou Paskalis, executivo sênior de marketing e mídia, declarou que “Elon Musk agora representa um risco, e a Apple não vai querer correr este risco”.
A Apple se junta a várias grandes empresas que estão reduzindo seus anúncios no Twitter desde que Musk adquiriu a empresa por US$ 44 bilhões no mês passado. O êxodo incluiu a General Mills e a Pfizer, e ele reconheceu anteriormente que as deserções levaram a uma “queda maciça” na receita.