Texto foi aprovado por 12 países do Conselho de Segurança da ONU, mas veto dos EUA enterrou proposta que previa pausas humanitárias
Em uma reunião decisiva no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) na última terça-feira (17/10), os Estados Unidos bloquearam a proposta do Brasil para uma resolução sobre o conflito entre Israel e o Hamas.
O veto americano se deu devido a uma mudança no texto da proposta, que inseriu a demanda por um cessar-fogo imediato, uma alteração proposta pela Rússia.
O placar da votação revelou que 12 nações apoiaram a proposta brasileira, enquanto Rússia e Reino Unido optaram por se abster. Contudo, o veto dos Estados Unidos, como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, prevaleceu.
Os EUA justificaram sua posição enfatizando a necessidade de incluir uma cláusula que respeitasse o direito de Israel se defender.
Países como Albânia, China, Emirados Árabes, Equador, França, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique e Suíça estiveram entre aqueles que apoiaram a iniciativa brasileira.
O presidente norte-americano, Joe Biden, realizou um encontro com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no dia seguinte.
A proposta brasileira na ONU incluía a solicitação de “pausas humanitárias” para permitir um acesso rápido e seguro à ajuda humanitária. Além disso, enfatizou a urgência da revogação imediata da ordem de evacuação nas áreas ao norte da Faixa de Gaza e da importância de fornecer eletricidade, água, alimentos e medicamentos à população civil na região de Gaza.
Outro ponto crucial da proposta foi a exigência de libertação imediata e incondicional dos reféns civis, sequestrados por membros do Hamas em 7 de outubro.
Em uma coletiva no Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, expressou sua preocupação com o veto à proposta brasileira. Ele observou que houve um esforço considerável para criar um texto que fosse aceitável por grande parte dos membros do Conselho de Segurança da ONU, enfatizando que a ênfase era no fim das hostilidades e na abertura de um corredor humanitário para a entrega de ajuda.
Vieira ressaltou a preocupação humanitária do Brasil e destacou que cada nação possui suas perspectivas próprias. A divisão de opiniões impediu a aprovação da resolução, apesar dos esforços incansáveis do governo brasileiro para buscar um cessar das hostilidades e o fim do sofrimento humano.
O cenário permanece desafiador, enquanto o mundo busca uma solução para o conflito entre Israel e o Hamas.