Governo da França convocou reunião de emergência. Protestos nas ruas acontecem após morte de adolescente de 17 anos, em abordagem policial
Polícia e manifestantes entraram em confronto na cidade francesa de Marselha, enquanto o país enfrenta uma quinta noite de agitação após a morte de um adolescente baleado pela polícia à queima-roupa.
A polícia usou gás lacrimogêneo contra os manifestante, e as autoridades dizem que pelo menos 43 prisões foram feitas na cidade do sul.
Em Paris, uma forte presença policial no centro parece ter dissuadido os protestos.
Grandes multidões compareceram neste sábado ao funeral de Nahel M., de 17 anos, morto na terça-feira durante uma operação de controle de trânsito.
Cerca de 700 foram presos em toda a França até agora na noite de sábado para a manhã de domingo.
Cerca de 45.000 policiais foram mobilizados em todo o país no sábado, depois que mais de 2.300 pessoas foram presas durante as quatro noites anteriores de tumultos.
Pelo menos 1.300 pessoas foram presas em toda a França na sexta-feira. Houve manifestações nas cidades de Marselha, Lyon, Grenoble e partes de Paris.
Nesta semana, o presidente da França, Emmanuel Macron, lamentou a morte do adolescente. “Nada justifica a morte de um jovem (…). É inexplicável, imperdoável”, disse.
O presidente ainda pediu “calma para que a justiça seja feita”.
Por outro lado, Macron acusou os manifestantes de “explorar” a morte do adolescente e pediu aos pais a manterem as “crianças rebeldes” em casa.
Neste sábado, Macron cancelou uma visita que faria à Alemanha como resultado dos distúrbios nas ruas.
O capitão da seleção francesa de futebol, Kylian Mbappé, também se pronunciou sobre o assunto, pedindo que “a violência dê lugar ao luto, ao diálogo e à reconciliação.”
Na noite desta sexta-feira, Lyon foi uma das áreas mais afetadas pelos protestos.
A imprensa francesa relata que 35 policiais ficaram feridos na cidade e arredores, sendo que dois precisaram ser hospitalizados.
Oito prédios públicos — incluindo uma delegacia de polícia — foram atacados e sofreram danos graves.
Mais de 70 pessoas foram presas em Lyon.