A queda de braço continua entre as duas forças polarizantes no cenário político nacional, com novos capítulos que envolvem o prestígio e poder do atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Logo após o presidente Jair Bolsonaro (PL) suspender o pagamento do orçamento secreto, por ocasião da divulgação do apoio do PT (Partido dos Trabalhadores) à reeleição do presidente da Câmara dos Deputados, a caneta de Arthur Lira funcionou, sem cortes, em favor de Bolsonaro.
O movimento agora sinaliza que Arthur Lira continua atento e mantendo as boas relações com o grupo Bolsonarista, assinando no último dia 30 de novembro a concessão de aposentadoria de Jair Bolsonaro, pelo tempo em que o político do PL atuou na Câmara dos Deputados, conforme determina a lei que estabelece as regras de aposentadoria de parlamentar. O valor deve girar em torno de R$ 30 mil.
Bolsonaro foi deputado federal de 1991 a 2018, ano em que se elegeu presidente da República. O despacho foi publicado no “Diário Oficial da União” desta sexta-feira (2).
Segundo a publicação, o valor de aposentadoria a que Bolsonaro tem direito corresponde a 32,5% do subsídio parlamentar, acrescido de 57% da remuneração fixada para os membros do Congresso.
Derrotado nas eleições de outubro deste ano, Bolsonaro deixará a Presidência da República no próximo dia 1º de janeiro. Será a primeira vez, em mais de 30 anos, que o político fica sem um mandato.
Especula-se que após deixar a Presidência, Bolsonaro deverá ter um cargo no PL – o que foi acertado com o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, com direito a direito a um escritório político, a partir do qual deverá organizar uma oposição ao governo Lula.
Além da aposentadoria parlamentar, o ex-presidente, terá direito, em função do cargo de presidente, a uma equipe de assessores e seguranças, além de outros benefícios. Some-se a isto que, por ser capitão reformado do Exército, Bolsonaro também tem direito a uma quantia mensal de cerca de R$ 11,9 mil.