Operação Plata investiga um grupo criminoso responsável por lavar mais de R$ 23 milhões com igrejas e compra de imóveis, fazendas e rebanhos bovinos
Nesta terça-feira (14), o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco/MPPB) e o Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil da Paraíba (GOE/PCPB) cumpriram mandados da Operação Plata, que investiga crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro proveniente de tráfico de drogas em oito estados brasileiros e no Distrito Federal.
A ação é coordenada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) e conta com a participação de Gaecos de todo o país. Segundo informações das autoridades de investigação, os criminosos utilizavam “laranjas” para lavar mais de R$ 23 milhões em dinheiro proveniente do tráfico de drogas, inclusive em igrejas evangélicas.
A operação cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão na Paraíba e em outros estados do Brasil.
O principal investigado é Valdeci Alves dos Santos, apontado pelo Ministério Público de São Paulo como líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que atua em todo o Brasil e em países vizinhos.
Valdeci já estava preso na Penitenciária Federal de Brasília, onde também foi cumprido um mandado. O irmão de Valdeci, Geraldo dos Santos Filho, conhecido como Pastor Júnior, é seu maior aliado no Rio Grande do Norte e também é investigado por participação no esquema de lavagem de dinheiro.
Segundo as investigações, os dois mantêm o esquema há pelo menos duas décadas, contando com a participação de seus irmãos, filhos, sobrinhos e comparsas fora da família.
Além de imóveis, fazendas, rebanho bovino e automóveis, os criminosos também lavavam dinheiro com a fundação de igrejas evangélicas. A suspeita é a de que o casal tenha aberto pelo menos sete igrejas nos estados do Rio Grande do Norte e São Paulo em nome de “laranjas”.
A ação cumpriu mandados de busca e apreensão em algumas dessas igrejas. Geraldo e outras cinco pessoas foram presas no Rio Grande do Norte e encaminhadas ao sistema carcerário potiguar. A investigação agora analisará o material apreendido nas igrejas para apurar o envolvimento de outras pessoas nos crimes.
O promotor de Justiça Octávio Paulo Neto, do Gaeco/MPPB, afirmou que o grupo firmou parceria com a Dracco para estruturar investigações qualificadas em face das facções que atuam no estado.