Suspeitas de superfaturamento na compra de kits de robótica entre 2019 e 2022 ensejaram a operação na casa do ex-assessor de Arthur Lira.
De acordo com as primeiras informações divulgadas, a Polícia Federal faz uma operação nesta quinta-feira (1º) contra um grupo suspeito de fraude em licitação e lavagem de dinheiro em Alagoas.
O esquema supostamente teria superfaturado a compra de equipamentos de robótica. A maior parte dos mandados se deram no estado de Alagoas, mas cumpridos em outros 3 estados e no Distrito Federal. Segundo a polícia, o grupo é suspeito de desviar R$ 8 milhões na fraude.
Um dos alvos é Luciano Ferreira Cavalcante, funcionário da Câmara dos Deputados e que foi nomeado para a liderança do PP na Casa à época em que o cargo era exercido por Arthur Lira (PP-AL), hoje presidente.
Antes, Ferreira foi servidor comissionado do escritório de apoio do então senador Benedito de Lira (PP-AL), pai de Arthur Lira.
Questionado pela imprensa, Arthur Lira limitou-se a dizer que cada um é responsável pelo seu CPF, em clara alusão ao fato de aqueles que forem responsáveis que acertem suas contas com a justiça.
A Operação Hefesto investiga possíveis crimes ocorridos entre 2019 e 2022 na compra dos kits de robótica para 43 municípios no estado de Alagoas com verba do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).
A investigação apontou que a licitação incluía, de forma ilegal, restrições para direcionar os contratos a uma única empresa. Segundo a PF, foram desviados com o esquema R$ 8,1 milhões.
O esquema já era alvo do Tribunal de Contas da União (TCU) desde 2022 quando determinou ao governo federal a suspensão dos contratos e os repasses para a compra dos kits.
A PF não divulgou o nome dos alvos. Na casa de um policial civil apontado como operador do esquema, em Brasília, foi apreendida uma grande quantidade de dinheiro em espécie. O valor exato ainda será apurado, mas a estimativa é de que sejam mais de R$ 4 milhões só nessa apreensão.