O Centro da Igualdade Racial João Balula, criado pelo Governo do Estado em 20 de novembro de 2020 – Dia da Consciência Negra, atendeu 1.031 casos de pessoas que sofreram racismo, intolerância religiosa ou xenofobia durante este ano. Desse total, a maioria dos casos se refere ao racismo, discriminação social baseada no conceito de que existem diferentes raças humanas e que uma é superior às outras. Foram atendidas 1.004 pessoas vítimas de racismo.
O coordenador do Centro, Marcos Nascimento, aponta que o maior desafio enfrentado pela população é não deixar os casos na impunidade. “Temos orgulho de termos um serviço de referência na Paraíba de enfrentamento ao racismo, que funciona há dois anos, e muitas pessoas chegam aqui para buscar um acolhimento e ser ouvido por nossa equipe de psicólogo, assistente social, pedagogo e advogado. O trauma causa tantos problemas e dores que muitos não querem nem denunciar”, afirma Nascimento.
O Centro da Igualdade Racial João Balula foi inaugurado em 20 de novembro de 2020 – Dia da Consciência Negra – e, somente neste ano, o serviço de psicologia do centro atende 133 usuários que buscam o atendimento especializado. Além de casos de racismo e intolerância religiosa, o serviço gratuito atende casos de xenofobia e presta atendimento à população migrante no Estado.
Neste mês, a Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, em parceria com a Funesc, lançou uma programação com atividades em vários municípios, com shows e palestras, além da realização do Webinário Estadual com Gestores Municipais de Políticas de Igualdade Racial – Enfrentamento ao Racismo e Potencialidades Negras, que será realizado no próximo dia 28 de novembro, às 9h
Segundo a secretária da Mulher e da Diversidade Humana, Lídia Moura, o racismo causa impacto direto na vida da população afetada, muitas vezes, de forma subjetiva. “É necessário prestar atenção nas várias formas em que ele se apresenta. É importante reconhecer e identificar”, observou
O dia da Consciência Negra coincide com a morte de Zumbi de Palmares em 1695, um dos maiores líderes negros do Brasil que luitou pela libertação do povo contra o sistema escravista. “Essa é uma das datas mais importantes que reafirma o reconhecimento dos povos africanos na construção de uma sociedade sem racismo”, afirmou Lídia Moura
Serviço – O Centro da Igualdade Racial João Balula é o segundo do Nordeste em funcionamento e o quarto do País. O serviço se propõe a trabalhar com redução das desigualdades raciais e incentivar a equidade racial para a população negra, povos e comunidades tradicionais: quilombolas, indígenas, ciganas e de religião de matriz africana (candomblé, umbanda e jurema sagrada). O nome do Centro é uma homenagem ao militante histórico do Movimento Negro da Paraíba, João Silva de Carvalho Filho, conhecido como João Balula (in memoriam), que atuou no enfrentamento do racismo no Estado
Centro Estadual de Referência de Igualdade Racial João Balula – Atendimento social, pedagógico, psicológico e jurídico às pessoas vítimas de racismo, intolerância religiosa e pessoas migrantes