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O silêncio das Forças Armadas incomoda

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Ministro da Defesa e militares decidem ficar em silêncio diante de ataques

José Múcio Monteiros, novo ministro da Defesa do governo Lula, escolhido mesmo a revelia de várias vozes internas do Partido dos trabalhadores optou pelo silêncio sobres os atos de ataque de 8 de janeiro.

Assim como ele, os comandantes das três Forças Armadas, Exército, Marinha e Aeronáutica igualmente não realizaram pronunciamento oficial sobre o assunto, seja de forma individual ou em conjunto.  Segundo o porta Correio Brasiliense, os comandantes da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen; do Exército, general Júlio Cesar de Arruda; e da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno mantiveram contato com o ministro ao longo da tarde do dia dos ataques terroristas na Praça dos Três Poderes, quando sequer a situação havia sido contida.

Os militares decidiram não fazer comentários públicos por entenderem que a situação era de responsabilidade das forças de segurança do Distrito Federal e não envolviam as Forças Armadas.

Na manhã da segunda-feira (9) o ministro José Múcio Monteiro foi ao acampamento golpista, instalado há mais de dois meses na frente do Quartel-General do Exército, para ver de perto a situação do movimento antidemocrático. Depois dos ataques, ele se encontrou com o ministro da Justiça, Flávio Dino, para uma reunião de avaliação. Em recente declaração, o ministro de histórico de direita explica que, por suas palavras: “Eu vim para a Defesa, e não para o ataque“, em uma referência ao nome de seu ministério.

Já o Presidente Lula, em seu discurso com os Ministros de Estado elogiou o fato de que as Forças armadas mantiveram sua função constitucional, mesmo após meses seguidos ouvindo o “canto da serpente do golpismo”.

Entretanto, em outra situações recentes de atos tipicamente da esfera civil, a exemplo das eleições e urnas eletrônicas, o exército foi um dos atores de avaliação da idoneidade do processo, mesmo que este jamais tenha sido um papel atribuído a esta esfera, que tem, notadamente o dever de defender o país em sua soberania contra invasões externas.

O fantasma do período militar ainda “caminha pelos corredores do poder” e assombra com excesso de melindres a relação institucional entre o Executivo, Legislativo e Judiciário com as Forças Armadas, já que não se trata de um quarto poder, mas sim subordinado do Executivo, de acordo com as determinações constitucionais.

O artifício criminoso de invocar a memória de um período de trevas democráticas no Brasil, a ditadura, jamais poderia ter sido tolerado como discurso. Mais que isso, virou uma promessa política que os demais poderes, nos primeiros momentos, haveriam de ser rechaçados pelos instrumentos que se valem a nação para coibir ataques às instituições, duramente reconquistadas pelo povo Brasileiro e materializados na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

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