O ex-diretor-geral da PRF no governo Bolsonaro, Silvinei Vasques, é investigado por interferência na eleição de 2022. Ele foi preso pela PF nesta quarta-feira
A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quarta-feira (9/8) o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques. Ele foi acusado de usar a máquina pública para interferir no processo eleitoral no segundo turno das eleições de 2022.
As apreensões incluem celulares, computador e passaporte de Silvinei. A PF também cumpre outros 10 mandados de busca e apreensão relacionados ao caso.
A investigação foi iniciada em novembro de 2022, após um pedido do Ministério Público Federal (MPF). O inquérito apura se a PRF atuou de forma irregular para dificultar o trânsito de eleitores no Nordeste, região que deu ampla vitória ao ex-presidente Lula (PT) no segundo turno.
Vídeos que circularam nas redes sociais mostram eleitores nordestinos em transporte público com queixas de não conseguirem chegar aos locais de votação.
Após a repercussão das imagens, o termo “Deixem o Nordeste Votar” ficou em primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no Twitter.
De acordo com a PF, os fatos apurados podem configurar prevaricação e violência política, crimes previstos no Código Penal Brasileiro.
A investigação também apura se a PRF cometeu os delitos de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio, além de ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar, no dia da eleição, o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, do Código Eleitoral Brasileiro.
A ação que prendeu Silvinei foi batizada de Operação Constituição Cidadã em referência à Carta Magna promulgada em 1988, que garantiu a todos os cidadãos o direito ao voto.