InícioParaíbaApós filha sofrer injúrias raciais, pais criam projeto de autoafirmação da negritude

Após filha sofrer injúrias raciais, pais criam projeto de autoafirmação da negritude

Publicado em

- Advertisement -

Após sofrer injúrias raciais na escola e até pedir para não voltar mais para o local onde estudava, a estudante Maria Alice, de 11 anos, inspirou os pais dela a criarem um projeto de autoafirmação da negritude, ajudando a filha a superar o trauma e também toda a comunidade escolar não aceitar mais o racismo.

A menina ouvia xingamentos como “macaca” e “demônio preto”, que a machucavam e fizeram com que ela chegasse a dizer à mãe que não aguentava mais a escola, por causa do sofrimento de ser taxada como uma pessoa sem valor.

Eu sempre vinha com o cabelo preso. Maquiagem também eu usava muito para tentar clarear mais

A mãe de Maria Alice, a pedagoga Ligialana Pereira, até pensou em tirá-la da escola. “Isso me machucou um bocado. Não queria que ela vivesse isso”, relata Ligialana ao falar sobre a segregação sofrida por anos e que ainda atinge uma criança tão nova.

Mas, em vez de trocar de escola, os pais de Maria Alice tomaram outra decisão. Ligialana e Alberto Antônio, arte-educador, decidiram ir até a escola conversar e implantar um projeto de autoafirmação da negritude dentro do ambiente escolar, que tem muitas pessoas pretas.

Para trabalhar a autoarfirmação da negritude entre as crianças, o projeto desenvolve uma vez por semana atividades, como capoeira, danças afro e popular, percursão e musicalidade.

O projeto foi além da turma de Maria Alice, ganhando mais participantes. Hoje participam outros alunos da escola e pessoas da comunidade. “Acontecer isso com a minha filha foi um levante, que até eu hoje tento entender de onde saiu tanta força”, comenta Antônio, pai de Maria.

A diretora da escola, Elizabeth Sales, falou que toda a comunidade foi conscientizada durante uma reunião de pais e mestres que o pai de Maria participou. Até mesmo quem antes era o autor do preconceito contra Maria, passou a ser defensor do projeto e da luta contra o racismo.

Após o projeto, as caracteristicas que antes eram vergonha, hoje são motivos de orgulho. “Hoje eu consigo sorrir e dizer que eu sou feliz. Sou preta, eu sou paraibana, eu sou mulher e me orgulho disso”, afirma a estudante.

Últimas notícias

PT de Campina Grande aprova logística para o PED 2025: quatro candidatos disputam municipal

Na noite da última quinta-feira (26 de junho), a Comissão Executiva do PT de...

Como a Polícia Militar está ajudando a transformar a Paraíba em um dos melhores estados para se investir

Você sabia que a Paraíba está entre os estados mais seguros do Brasil e...

Presença crescente: como um vereador da capital amplia sua atuação na Paraíba

Nas últimas décadas, a política paraibana tem sido marcada por figuras que iniciam suas...

Salto dramático: comitiva de prefeitos brasileiros fica retida em Israel durante escalada de tensão com o Irã

A comitiva de 19 autoridades municipais e estaduais brasileiras, com o prefeito de João...

relacionados

PT de Campina Grande aprova logística para o PED 2025: quatro candidatos disputam municipal

Na noite da última quinta-feira (26 de junho), a Comissão Executiva do PT de...

Como a Polícia Militar está ajudando a transformar a Paraíba em um dos melhores estados para se investir

Você sabia que a Paraíba está entre os estados mais seguros do Brasil e...

Presença crescente: como um vereador da capital amplia sua atuação na Paraíba

Nas últimas décadas, a política paraibana tem sido marcada por figuras que iniciam suas...