Por ordem do Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal realizou operação de busca e apreensão na 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Operação Lava Jato. A medida busca obter documentos e dados que, segundo o STF, teriam sido solicitados diversas vezes e não enviados pela Justiça Federal do Paraná. As diligências se conectam a investigações anteriores, envolvendo delação premiada de um ex-deputado estadual paranaense.
Por um lado, a decisão é vista por defensores da operação como um passo para esclarecer se houve abusos na condução de acordos de colaboração e na definição de alvos, inclusive autoridades fora da alçada de um juiz federal de primeira instância. Esse grupo sustenta que o acesso a todos os terminais e arquivos da vara pode ajudar a mapear práticas adotadas na época e verificar se houve desrespeito a regras de competência e de proteção de direitos individuais.
Por outro lado, críticos da medida afirmam que a ação pode ser interpretada como tentativa de revisão ampla de atos judiciais de quase duas décadas atrás, com impacto político sobre figuras que atuaram na Lava Jato. A defesa do ex-juiz que comandava a vara nega irregularidades, contesta o relato do delator e diz não ver motivo para que o caso esteja no STF. Enquanto isso, parte da opinião pública segue dividida entre a cobrança por responsabilização de eventuais excessos e o receio de deslegitimação de investigações contra a corrupção.
Enquanto o processo tramita sob sigilo, permanece em aberto a discussão sobre transparência, limites da atuação judicial e o alcance do controle exercido pelo STF sobre decisões de instâncias inferiores. A Polícia Federal deverá analisar inquéritos, delações e mídias ligadas a pessoas citadas nas antigas investigações. A 13ª Vara Federal de Curitiba foi contatada para comentar o caso, mas ainda não se manifestou oficialmente sobre a operação e seus possíveis desdobramentos jurídicos e institucionais.

