O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que acaba de encerrar seu mandato de 4 anos de governo sem se reeleger, vai deixar de receber salário como presidente, mas será que ficará sem recursos?
Jair Messias Bolsonaro, que antes mesmo de completar os dias de governo refugiou-se bem longe do Brasil para não enfrentar a sequência natural da alternância de poder na democracia não pode reclamar, ao menos, da situação financeira muitíssimo confortável na qual deverá estar a partir de agora, uma vez que acumulará duas aposentadorias — a de capitão reformado do Exército, que já recebe, e a de deputado federal, pelo período que ocupou o cargo, de 1991 a 2018.
Juntos, os dois benefícios somam cerca de R$ 42 mil brutos (cerca de R$ 12 mil do Exército e cerca de R$ 30 mil da Câmara dos Deputados).
O que já seria um sonho para a grande maioria dos brasileiros, ainda se somará, pelo fato de ser ex-presidente, a outros benefícios vitalícios, conforme prevê uma lei de 1986: quatro servidores para segurança e apoio pessoal; dois veículos oficiais, com os respectivos motoristas; e assessoramento de dois servidores ocupantes de cargos em comissão (ler mais abaixo). Gastos com diárias de hotel, passagens de avião, combustível e seguros também estão previstos. Todas as despesas são pagas pela Presidência da República e constam no Orçamento Federal.
Mas a contabilidade do ex-presidente deverá ter o aporte vindo do partido PL, do qual será presidente de honra, e a intenção do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, é pagar a Bolsonaro um salário equivalente ao teto constitucional do setor público — que hoje está em R$ 39,2 mil e que deve subir para R$ 41,7 mil em 2023, chegando a R$ 46,4 mil em 2025 (valores brutos), além de custear o aluguel da casa onde o ex-presidente vai morar na capital federal, bem como do escritório de onde ele despachará e que também servirá a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e ao seu candidato a vice na última eleição, Braga Netto.
Sendo assim, considerando apenas as aposentadorias e o salário pago pelo PL, Bolsonaro poderá ter uma renda pessoal de mais de R$ 80 mil mensais.