Segmento que vem despontando como uma nova “linha de investimento” na realidade pode representar perdas financeiras graves
Um dos seguimentos que mais vem crescendo no Brasil são os sites de apostas online. A partir da popularização de acesso aos meios de acesso à internet, houve um intenso processo de globalização dos jogos eletrônicos de apostas.
Outro fator determinante para o crescimento do setor de apostas virtuais se deu em virtude da inserção de uma fatia imensa de mercado que antes não possuía “intimidade” com os meios eletrônicos durante o período da pandemia.
Fato é que as apostas ganharam protagonismo não só como forma de divertimento, mas enxergado até como uma fonte de investimento por parte dos apostadores. Uma das modalidades “queridinhas” dos adeptos deste tipo de “investimento de alto risco” são as apostas esportivas e os bônus de cassino, ofertadas pelas empresas especializadas que buscam novos usuários.
O perfil do brasileiro já é historicamente associado as apostas, mesmo que não legalizadas pelo governo, a exemplo do “jogo do bicho”, muito popular entre as classes de menor poder aquisitivo, mas que movimentaram ilegalmente fortunas no país.
Neste novo momento dos “jogos de azar” a forma virtual de sites de aposta especializados e de cassinos online, sediados em outros países e também no Brasil, tornam a facilidade um fator ainda mais atrativo, e buscam estender suas marcas em nosso território.
Já existem projetos no Brasil para regulamentação do setor, fazendo com que o país tenha proveitos tributários diante das enorme montas que são negociadas, mas que no momento as divisas não recebem nenhum tipo de controle, podendo ser, inclusive, caminho de “lavagem de dinheiro” de outras atividades ilegais.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), olha para o setor de apostas online como um potencial fonte de recursos para melhorar o ambiente fiscal. Ele anunciou que deve regulamentar e taxar a atividade, que podem gerar até R$ 6 bilhões ao ano em arrecadação.
Nem mesmo a precariedade de legislação que possa defender os consumidores de golpes e perdas são fatores que tem detido o avanço de investidores no setor, tornando a modalidade como uma alternativa de “investimento”.
Porém, nem tudo são flores relacionado a esse universo. O jogador esta submetido não só as oscilações de mercado, como no caso das ações na bolsa, mas muitas vezes com elementos não controlados, ou seja, “sorte”, manipulações de resultados, e o risco de vício e dependência.
Além disto, já há no Brasil várias investigações em curso sobre a manipulação de resultados esportivos para influenciar os ganhos de grandes apostadores.
Um levantamento que monitorou mais de 850 mil jogos de mais de 70 esportes no mundo concluiu que o Brasil foi o país com o maior número de suspeitas de manipulação de resultado no ano passado.
O caso mais simbólico é o escândalo de suborno de atletas que atuaram na Série B do Brasileirão em 2022 para interferirem em determinadas partidas – uma investigação conduzida pelo Ministério Público de Goiás, que cogita também manipulações nos estaduais Gaúcho e Mineiro.