O Senado Federal deve rejeitar uma proposta aprovada recentemente na Câmara dos Deputados que prevê a redução das penas para pessoas condenadas por envolvimento na tentativa frustrada de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa decisão é importante pois impacta diretamente no sistema penal brasileiro, que atualmente abriga cerca de 702 mil presos, e envolve temas sensíveis como segurança pública e justiça.
O projeto (nº 2.162/2023) altera dispositivos do Código Penal e da Lei de Execução Penal, mas sua redação é considerada confusa e pode gerar consequências sérias, como a redução significativa do tempo de prisão, especialmente para líderes de organizações criminosas e para Bolsonaro, que foi condenado a mais de 27 anos de prisão. O acordo para essa mudança foi discutido discretamente entre o Congresso, Supremo Tribunal Federal e o Planalto, mas excluiu parlamentares bolsonaristas da negociação.
Além dos riscos de ampla redução de penas, o texto aprovado pode estimular uma enxurrada de pedidos para revisão das sentenças e progressão antecipada dos regimes de cumprimento de pena, o que causaria desordem no sistema prisional. Por isso, senadores planejam vetar a iniciativa, protegendo a manutenção das condenações atuais para Bolsonaro e chefs de facções criminosas, como o PCC e o Comando Vermelho.
O debate no Senado deve continuar na Comissão de Constituição e Justiça, onde há a expectativa da apresentação de uma proposta alternativa que limita a redução de pena apenas a envolvidos menores nos ataques de 8 de janeiro, excluindo quem teve papel de liderança. Bolsonaro ficará preso em regime fechado por pelo menos três anos e meio, sem anistia ou benefícios adicionais, assegurando que a sentença e inelegibilidade sejam preservadas conforme determinado pela Justiça.

