Segundo as investigações, Sergey Vladimirovich Cherkasov usava identidade brasileira falsa para tentar se infiltrar no Tribunal Penal Internacional, em Haia
No início de janeiro, o russo Sergey Vladimirovitch Tcherkasov foi transferido discretamente da Carceragem da Polícia Federal em São Paulo para a Penitenciária Federal de Brasília, presídio de segurança máxima. Em abril de 2022, o serviço de inteligência holandês o identificou como um espião ao tentar entrar no país e iniciar um estágio no Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia.
A intenção do suspeito era se infiltrar na corte especial das Nações Unidas e espionar investigações sobre crimes de guerra em ações militares russas, particularmente na Ucrânia. Tcherkasov afirmava viver no Brasil e se apresentava como Victor Muller, um brasileiro nascido em Niterói em 1989, mas portava documentos falsos. Assim que desembarcou no aeroporto de Guarulhos, foi preso.
No comunicado feito em junho do ano passado, o serviço secreto holandês afirmou que Sergey Cherkasov trabalha para o GRU, a maior agência de inteligência da Rússia, ligada às Forças Armadas russas. A agência holandesa declarou que se tratava de uma operação de longo prazo e que custou muito tempo, energia e dinheiro. Pessoas que o conheceram no Brasil o descreveram como uma pessoa “alegre” e “comunicativa”, que tinha construído uma história minuciosa para se passar por brasileiro.
Os holandeses resolveram dar publicidade ao caso com o objetivo de evidenciar as estratégias da inteligência russa que colocam em risco instituições internacionais.