Em um relatório entregue ao governo de transição, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou para a ausência de indicadores sobre a cobertura vacinal contra a Covid-19 por parte da gestão do governo de Jair Bolsonaro (PL).
O TCU alertou ainda para “indícios de insustentabilidade” do modelo atual do Sistema Único de Saúde (SUS) e defendeu um “profundo debate” sobre o SUS.
O documento foi divulgado inicialmente pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
No documento, o TCU afirmou que o Ministério da Saúde não tem dados específicos sobre a vacinação contra a Covid no país, em especial sobre os grupos prioritários e por faixa etária.
Segundo o tribunal, a ausência dessas informações acaba “impedindo ou dificultando a realização de campanha de vacinação específica para essa população ou outras ações dirigidas, como a busca ativa”.
O tribunal também alertou para a falta de informações “estruturadas” sobre morbidade e mortalidade relacionadas ao pós-Covid. De acordo com o TCU, esses dados são necessários para estabelecer políticas públicas de saúde para o enfrentamento da doença.
“Não se ter o conhecimento do quantitativo de possíveis pacientes acometidos por condições pós-Covid-19 compromete o apoio aos entes subnacionais para o enfrentamento da situação, considerando que os recursos destinados podem ficar aquém das necessidades”, aponta a Corte no texto.
Além do levantamento do TCU, o grupo da saúde do governo de transição pediu ao Ministério da Saúde acesso aos dados sobre estoque de vacinas e de medicamentos e sobre o cronograma de entrega desses produtos.
Essas informações vêm sendo mantidas em sigilo pelo governo, segundo o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro, integrante do governo de transição. Ele afirmou que o acesso da equipe a essas informações é fundamental para o planejamento de 2023